Grupo Laços Saúde

Saúde financeiramente acessível

Saúde Financeiramente Acessível

Facilitar as condições financeiras para que os pacientes não deixem de se cuidar é uma das formas de democratizar o acesso a consultas, serviços e medicamentos. Veja como as empresas de saúde estão atuando para ampliar esta oferta

Não é de hoje que o mercado de saúde investe em inovação. E aqui não falamos apenas do uso da tecnologia de ponta, traduzida em inteligência artificial, robótica, teleatendimentos e prontuários cada vez mais acessíveis, usada nos hospitais e clínicas. 

O movimento que ganha destaque agora é a facilitação para uma oferta de saúde financeiramente acessível. E não é à toa: com o aumento do trabalho informal, boa parte da população deixou de usufruir dos planos de saúde oferecidos pelas empresas e precisou recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou a planos e clínicas populares. A sociedade, cada vez mais conectada, usa as redes para se informar sobre possíveis sintomas e mergulha nos sites de busca para detalhar diagnósticos feitos por especialistas; sem contar a pandemia de covid-19, que obrigou o mundo a olhar para a manutenção da saúde de um jeito mais exigente e atento. 

Nesse caldeirão de fatores complexos, as healthtechs, startups que oferecem soluções para a área da saúde, tiveram um boom entre 2019 e 2022. Segundo o estudo Liga Insights, realizado pela Liga Ventures, o número de healthtechs cresceu 16,11% no período e 8,31% delas atuam no segmento de planos e financiamentos. 

Os números indicam que o brasileiro quer um modelo de saúde financeiramente acessível e está buscando alternativas aos planos de saúde tradicionais, seja pelo alto custo desse tipo de oferta, seja porque está atento a soluções mais modernas, rápidas e eficientes. 

Iniciativas variadas

Se a demanda do público é grande, o movimento no setor corresponde à expectativa. E a democratização do acesso aos serviços de saúde está entre os principais propósitos da maioria das empresas que investem nesse setor. A gigante Johnson & Johnson, por exemplo, fechou uma parceria com a startup Dr. Cash, plataforma que financia procedimentos médicos, estéticos, odontológicos e oftalmológicos, para oferecer um crédito especial aos pacientes que precisam fazer cirurgia de catarata e não têm acesso ao procedimento pelo SUS ou pelos convênios (em abril deste ano, a Dr. Cash já havia lançado uma linha de crédito para a compra de medicamentos).  

A Boston Scientific, organização global que investe no desenvolvimento de tecnologias e produtos médicos, se uniu à CreditHome, startup de crédito imobiliário, para financiar tratamentos e a aquisição de dispositivos médicos, principalmente para pessoas com insuficiência cardíaca, doença de Parkinson e disfunção erétil.

Sem contar a AWS Health Equity, iniciativa lançada pela Amazon Web Services, que, em três anos, pretende investir US$ 40 milhões em organizações que inovarem na promoção do acesso igualitário à saúde. Uma das empresas beneficiadas pelo programa é a americana Hurone AI, mentora do aplicativo Gukiza, que possibilita o monitoramento remoto dos pacientes com câncer por meio de teleatendimento e mensagens de texto em Ruanda, na África.

Mercado promissor 

As healthtechs ainda estão amadurecendo no Brasil. Mas o mercado está ávido por novidades em toda a cadeia, de orientações seguras sobre nutrição e manutenção da saúde mental ao estímulo à adesão ao tratamento e o monitoramento de fraudes. 

Segundo Martha Oliveira, CEO da Laços Saúde, empresa que oferece atenção personalizada aos idosos em casa, com as novas ofertas de saúde financeiramente acessível, o mercado une pilares essenciais nos cuidados ao paciente.

“O segmento está conjugando o atendimento eficaz com o acessível, investindo em soluções e no atendimento personalizado e menos burocrático”. 

Martha Oliveira, CEO da Laços Saúde

Os idosos são uma parcela da população carente desse olhar customizado. O envelhecimento no Brasil cresce rapidamente e os planos de saúde mais conservadores ainda não conseguiram atender às necessidades específicas desse perfil, que vai de uma mensalidade que caiba no orçamento, já que a grande maioria vive com a aposentadoria, a um atendimento mais acolhedor, que abranja uma atenção também à família cuidadora. 

Sem contar que ofertar serviços médicos com qualidade e bons preços pode ser uma estratégia para evitar que a população adoeça. Estudos mostram que usuários dos planos de saúde apresentam hábitos mais saudáveis e estão preocupados com a prevenção e o diagnóstico rápido de doenças, já que têm maior cobertura de exames preventivos e acompanhamento de especialistas. 

Paulo Marcos Senra Souza, médico e membro do conselho do Grupo Laços, finaliza: “O mercado de saúde pode ganhar muito com a combinação de tecnologia, cuidado holístico e o investimento no autocuidado do paciente”.