O que esperar de novo nas abordagens de câncer no Brasil?

Com o aumento do número de casos, a recomendação é que as decisões sejam tomadas com base em valor gerado para o paciente, o que pode incluir a oncologia em casa

No triênio 2023-2025, o Brasil deve ter 704 mil novos casos de câncer por ano, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O número crescente de pessoas que vivem com a doença demanda novas abordagens e modelos de tratamento.

Se o câncer é a segunda doença que mais mata no Brasil, é também uma condição propícia aos riscos do diagnóstico e tratamento em excesso, que podem causar iatrogenia (complicações causadas pelo próprio tratamento).

Por isso, uma equipe liderada pelo rádio-oncologista brasileiro Fabio Ynoe de Moraes publicou uma série de recomendações para o diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil.  

De acordo com o artigo, publicado no portal Medscape, é preciso:

  1. Abordar fatores de estilo de vida durante toda a jornada do paciente;
  2. Evitar exames diagnósticos de triagem em pacientes assintomáticos ou com risco baixo;
  3. Não pedir testes de rotina para doenças crônicas, como os de hormônio da tireoide, só porque uma coleta de sangue será feita;
  4. Não usar terapias destinadas a mutações genéticas específicas, a menos que os exames do paciente tenham um biomarcador específico para estas mutações;
  5. Antes de optar por um tratamento, especialmente em casos de cirurgia, consultar a equipe multidisciplinar, avaliar o valor que a conduta terapêutica trará para o paciente e evitar os excessos. 

Moraes alerta para os danos físicos e terapêuticos do excesso de intervenções e defende que todas as decisões sejam tomadas com base em evidências sólidas, valor e multidisciplinaridade. 

Oncologia em casa

Em outra vertente, a do tratamento oncológico em casa, a American Society of Clinical Oncology (ASCO), destaca a importância de:

  • Reforçar a segurança dos procedimentos, como checar duplamente o medicamento antes de administrá-lo;
  • Cuidar para que não haja exposição dos outros moradores da casa ou derramamento de quimioterápicos;
  • Certificar-se que a equipe de atendimento, especialmente de enfermagem, seja especializada em oncologia;
  • Redobrar a vigilância e os cuidados com efeitos adversos que possam pôr em risco a vida do paciente. 

A ASCO reconhece que a oncologia em casa aumenta as possibilidades de acesso ao tratamento, especialmente, em áreas remotas, mas destaca que, para essa abordagem ser efetiva, é preciso investir em uma ampla avaliação do caso, monitoramento, educação do paciente e de seus cuidadores e colaboração constante entre os membros da equipe de cuidados. 

A Lacon, fruto da parceria entre o Centro de Combate ao Câncer (CCC) e a Laços Saúde, conta com profissionais especializados em oncologia em casa. Fale conosco!

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