A informação que vale boas doses de saúde

informação em saúde

Ter dados confiáveis dos pacientes e das redes que os atendem é fundamental para uma operação eficiente, que mira a gestão do cuidado e os melhores resultados

A máxima “a informação é a alma do negócio” vale mais do nunca. Conhecer o perfil e as preferências do seu consumidor tem levado grandes redes de supermercados, por exemplo, a oferecer experiências customizadas ao seu público. E elas não são as únicas: bancos, farmácias, plataformas de streaming de músicas e filmes, entre muitas outras instituições, estão atentas à lista de produtos preferidos de seus clientes, à frequência das compras, às marcas escolhidas, ao ticket médio, etc. 

No setor da saúde não é diferente, entretanto, aqui, a questão vai além de oferecer momentos personalizados para o consumidor final. Se há quinze anos, os dados, nesse segmento, eram usados principalmente para controlar custos e fazer negociações rentáveis, de lá para cá, eles passaram a ser analisados e trabalhados por toda a cadeia, inclusive pelo beneficiário.

Os indicadores são fundamentais para manter e gerir a saúde das pessoas, oferecer assistência, tratamentos e medicamentos adequados às demandas e ainda apoiar estratégias decisivas para uma gestão do negócio bem-sucedida e com os melhores resultados. 

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Para a diretora executiva da Laços Saúde, Martha Oliveira, o levantamento de dados na área da saúde sempre existiu e é essencial. “Isso acontece desde quando o bebê nasce. Medimos seu peso e sua altura e essas informações dizem se ele está saudável, dentro do tamanho esperado para um recém-nascido, ou se precisa de algum cuidado direcionado”, exemplifica. 

Entretanto, apesar de haver uma boa base de dados da saúde da população brasileira, Martha lembra o quanto eles ainda estão fragmentados. “As informações existem, mas não são compartilhadas. Uma parte está na operadora, outra no laboratório, uma terceira apenas o médico ou o hospital detém. Fazer a integração desses dados é um dos maiores desafios do segmento.”

Dados & gestão

Embora a tecnologia permita que se consiga os dados dos pacientes/clientes de modo mais rápido, a área da saúde ainda está repleta de obstáculos: o volume de informações é grande e, não raro, elas estão incompletas; a maneira de se coletar e registrar os indicadores varia de um lugar para o outro; eles não estão disponíveis de modo uniforme; o acesso às informações é restrito… Porém, sem informação confiável não é possível fazer um bom gerenciamento. 

A pandemia do coronavírus, segundo Martha, reforçou ainda mais a importância de se fazer um levantamento de dados completo e de o acesso ser viabilizado. “O indicador estruturado é fundamental para a tomada de decisões. Com uma gestão de dados integrativa, ganha-se em assertividade”.

Ou seja, realizar a curadoria, a qualificação e a interoperabilidade dos dados,  disponibilizando-os para todos os setores da cadeia, inclusive para o cliente, é importante para a saúde não só dos beneficiários, mas também das empresas. Quando o paciente, por exemplo, tem claro as suas condições de saúde, a quais tratamentos precisa se submeter, quais hábitos deve adotar para melhorar sua qualidade de vida e os benefícios que ganhará, provavelmente, ele se engajará mais em seu autocuidado. Na outra ponta, isso significa eficiência no tratamento e redução de custos para a operadora de saúde. 

A informação bem aplicada

O uso de dados numa gestão eficiente de saúde permite:

  • o monitoramento de indicadores de saúde, como tempo de espera para consultas e cirurgias, adesão aos tratamentos propostos, reincidência de doenças e tempo de internação, entre outros fatores. Essas informações podem ajudar a identificar os gargalos e traçar estratégias para melhorar a qualidade e a eficácia do atendimento;
  • identificar os grupos de pacientes com maior risco de desenvolver certas doenças ou complicações, possibilitando a adoção de medidas preventivas e o acompanhamento personalizado;
  • o gerenciamento dos recursos disponíveis, como leitos hospitalares, transportes, equipamentos médicos e profissionais de saúde;
  • a avaliação dos programas de saúde, como campanhas de vacinação e programas de prevenção de doenças crônicas, indicando quais são eficientes e quais precisam de ajustes;
  • a melhoria contínua da qualidade do atendimento. Na transição do modelo de gestão da “doença” para o modelo de gestão da “saúde”, o cliente está no centro do cuidado, numa jornada que pede um olhar atento para todos os aspectos que envolvem a manutenção da sua qualidade de vida, e não apenas o seu tratamento.